Por que não para o Linux?

Muitas vezes sou convidado a repensar algumas posturas e posições que tomo ou tomei em minha vida profissional. Isso é bom, afinal as coisas estão navegando por ai e nada é permanente, talvez um dos grandes erros de bons profissionais seja pensar que está tudo ótimo.
Como muitos de vocês devem ter acompanhado a Adobe lançou a terceira versão do Creative Suite, que é o pacote com seus aplicativos, e que agora vem com algumas opções de pacotes, focando cada um uma área específica. Esta também e a primeira versão onde vemos os produtos da Macromedia integrados aos da Adobe, isso oferece uma gama muito grande de opções e estou ansioso para ver isso na prática.
O que me chamou a atenção para essa idéia de pacote foi a possibilidade de fechar em apenas um grupo de aplicativos e já ter, de maneira bem pratica, todas as ferramentas que preciso.
Eu tenho alguns bons anos de profissão e por diversos motivos acredito que a Adobe ofereça as melhores opções para a criação gráfica e web. Mas acredito que algumas tomadas de decisão eu realmente não compreendo totalmente e pelas minhas pesquisas ainda não consegui chegar a uma conclusão.
Nessas minhas repensadas de postura eu acabei dando uma olhadinha em como está o ambiente Linux, quem me conhece sabe que eu não sou fã do Linux, mas acredito que eles se esforçam bastante para ser um concorrente verdadeiro e até surgir como uma opção sólida ao Windows. Bom, com isso eu acabei conversando com alguns profissionais e lendo algumas coisas na Internet sobre em que pé está o Linux, em questões como compatibilidade de hardware, portabilidade de arquivos, configuração, instalação e demais coisas. Do lado do Linux a quem jure que qualquer usuário leigo conseguiria usar algumas determinadas distribuições do Linux sem nenhum prejuízo. As coisas melhoraram com certeza, mas ainda acho que o usuário mais básico ainda esta preso em muitas coisas e uma delas é o conforto do conhecimento que ele já possui, pedir para um usuário reaprender algumas poucas coisas pode gerar algumas resistências.
Porém, no caso de usuários de conhecimento médio a avançado nos diversos segmentos da computação, acredito que o Linux não seja mais o bicho-papão que era a uns anos atrás. É então que chegamos ao problema, e onde eu não consigo entender a postura da Adobe.
Acompanhamos nos últimos anos uma lenta e vagarosa morte do Macintosh, o fantástico computador do Steve Jobs hoje é um PC bom rodando alguma coisa baseada no Unix, parece que é uma versão adaptada do BSD utilizando uma interface gráfica própria. Para os desavisados isso quer dizer que o MacOS X pode ser considerada uma distribuição do Linux, com muitas diferenças é claro, mas a grosso modo posso classificar assim.
A pergunta fatal e o motivo desse artigo é: Por que não existe uma versão do Adobe Creative Suite para Linux ? Considerando que o lançamento foi simultaneo para PC e Mac do novo Creative Suite e que o MacOS usa muita coisa presente em diversas distribuições.
Fico pensando se é uma questão de público apenas, pois as pessoas que utilizam ou conhecem linux são bem diferentes das que utilizam as ferramentas da Adobe. Ou então seria uma resistência real dos usuários da Adobe ?
Não quero plotar umas idéias de teorias da conspiração nem dominação mundial por parte da Microsoft, ou que esteja rolando alguma espécie de Jabá para que a Adobe não estimule as pessoas a migrar para o Linux, mas acredito que realmente tem uma boa razão para a Adobe não se interessar pelo pinguim.
Pra puxar a sardinha para o outro lado e também colocar mais minhocas na cabeça, temos que lembrar também que a alguns anos atrás a Corel lançou uma versão do Corel para Linux e foi um fracasso absoluto, tanto que só existiu uma versão e que eu não conheço ninguém que tenha usado.
Coisa semelhante acontece com o Lightwave, que também possui uma versão para Mac e nada de Linux. Acho estranho e não consigo acreditar que a Microsoft paga todo mundo para não desenvolver para Linux.
Acredito mesmo que exista um grande complicador dentro do mecanismo do linux que ainda torna essa opção distante.
Se for isso mesmo, está aí uma coisa que precisa ser feita urgente, caso o linux queira se tornar mesmo um concorrente de verdade ao Windows e Mac.