Foto do Sverd i Fjell

8 anos da minha viagem pra Noruega

Pra mim uma das únicas funções relevantes do Facebook é ver lembranças de postagens antigas.

E aí vieram as lembranças da minha viagem pra Noruega em 2017 e me pegou muito pensar que foi há 8 anos atrás.

O legal é que tem muita coisa sobre essa viagem, já que era o auge das redes sociais, o que ajuda muito a minha memória zuada a relembrar esses momentos.

Bom eu estava em um momento bem complexo e precisava muito fazer algo por mim. Tinha muita vontade de fazer uma viagem internacional, mas todos os destinos me davam aquele sentimento que não valiam os custos e dores de cabeça.

Eu tinha um medo absurdo e irracional, boa parte por causa do meu precário inglês, que sempre foi suficiente para ler e até escrever, mas ouvir e falar, era uma lástima.

Então eu ficava pensando demais, tentando imaginar tudo que poderia dar errado e nunca tinha me arriscado. Além do mais, estava pensando que já estava ficando velho para grandes aventuras, os 40 anos estavam chegando e sempre que uma data dessas se aproxima, eu fico pensando muito sobre tudo que fiz e não fiz.

A Noruega me encantava muito, principalmente essa escultura das 3 espadas gigantes, além dos fjords, das igrejas vikings e tudo mais.

Muita gente na época ficou torcendo o nariz e se perguntando o que tinha na Noruega, quais lojas e shoppings e coisas assim.

Eu realmente não entendo bem o conceito de viajar para fazer compras, talvez seja por isso que muita gente adora ir pros EUA e eu não vejo o menor apelo.

Mas pensando melhor hoje em dia, talvez uma viagem mais simples e barata talvez teria sido melhor para a primeira viagem.

Como boa parte da Europa, não tem voo direto para a Noruega, então precisei fazer uma escala em Amsterdã para seguir até Oslo.

O plano era uma viagem de 15 dias por 3 cidades da Noruega: Oslo, Stavanger e Bergen.

Oslo seria obrigatório de todo jeito por ser a capital e principal cidade e onde fica o aeroporto internacional.

Como eu estava com o dinheiro bem contado, não podia fazer grandes extravagâncias, então a idéia era pegar um Airbnb, o mais barato possível, e comer em casa ou levar lanches prontos porque comer na rua seria muito caro.

Então a conta que eu fazia era: Visitar um museu ou ir no McDonalds?

Porque mesmo que eu quisesse comer na rua, ainda assim não teria como frequentar restaurantes. Entre comer um delicioso Big Mac noruegues e visitar um museu, não tinha nem o que pensar.

Então eu ia no supermercado, comprava um pacote de pão de forma, frios e tinha comida pra dias.

Uma coisa dos Airbnb baratinhos é que eles não estão muito perto do centro então você precisa andar mais para chegar até ele e isso é parte da viagem também. Andar meio perdido em um lugar diferente é bem incrível.

Em Oslo visitei várias “igrejas vikings” como gosto de chamar. São igrejas normais, mas construídas pelas pessoas e no estilo e materiais locais. Elas seguem o mesmo desenho das casas e prédios nórdicos e são únicas.

Mas fiquei encantado no Museu do Barco Viking. Como era tradicional, pessoas importantes eram enterradas em um barco com diversos itens importantes para aquela pessoa.

Anos depois descobriram que alguns montes eram, na verdade, um sarcófago com barcos inteiros enterrados.

E diversos desses barcos estão em exposição neste museu, além dos outros artefatos que encontraram no barco.

Depois parti para Stavanger, a cidade que eu estava mais empolgado pois era a cidade do Sverd i Fjell.

Mas não tinha pesquisado muito mais sobre o que tinha na cidade e chegando lá descobri que tinha uma formação rochosa incrível chamada Preikestolen. Um balcão de pedra com uma vista impressionante para os fjords em um vale.

Não tinha planejado ir até esse local, então além de uma viagem curta de barco até a ilha da Preikestolen, precisava de tirar o dia para fazer isso. Mas eu não sabia quando iria poder voltar lá, se algum dia poderia voltar lá, era questão de segurar um pouco mais os gastos pra não perder essa oportunidade.

Eu dei muita sorte nesse dia pois o tempo estava ótimo, não estava chovendo nem nublado, diferente dos primeiros dias em Stavanger que peguei um pouco de chuva e frio. Era uma combinação muito grande de fatores pra deixar passar.

O trajeto até chegar na Preikestolen já valeria a pena, são aproximadamente 3 horas de caminhada por uma trilha bem tranquila e sinalizada. E claro, 3 horas para voltar até o cais para pegar o barco de volta para a cidade. O bom que nessa época do ano o sol já se põe bem tarde então dá pra aproveitar muito, mas tem que ficar de olho nos horários de saída dos barcos, nem imagino o que deve acontecer se você perder o último.

Na volta eu fiz questão de parar em um café para comer um waffle com geléia e maple. Mas o dia estava tão bonito que não queria voltar pra casa cedo. Voltei de novo nas espadas para tirar mais fotos, agora com o tempo bom.

Pra mim a viagem já estava “paga”, já tinha superado muito as expectativas e eu ainda tinha mais uma cidade para visitar: Bergen.

Em Bergen eu peguei o feriado do Dia da Constituição, que as pessoas se vestem com roupas típicas e tem paradas, parques de diversão e barraquinhas com comida típica. Infelizmente tive que dispensar as comidas, mas aproveitei bem as festividades da cidade.

Mas a atração principal de Bergen é a Fantoft stavkirke, mais uma das “igrejas vikings” da Noruega, essa um pouco mais famosa por ter sido alvo de um incêndio criminoso nos anos 90.

Ela foi reconstruída e depois desse episódio, ganhou cercas e uma segurança reforçada.

Nesse ponto da viagem eu já estava exausto, sem dinheiro e alguns quilos mais magro por tanta caminhada diária e alimentação bem questionável, mas eu estava completamente satisfeito.

Não sabia se um dia iria poder voltar e nem imaginava as capotadas da terraplana que iria acontecer na minha vida, mas essa viagem foi bastante transformadora pra mim. Aprendi que o mundo era bem mais acessível e simples do que eu temia e que eu precisava me dedicar mais ao inglês.

Depois eu voltei algumas outras vezes e sempre fico tentado a viajar mais para Noruega, mas com certeza essa primeira experiência foi inesquecível.

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