Uma coisa que eu tenho visto muito nos blogs e em comentários gerais, é o grande preconceito e rotularização dos usuários. É muito comum ver comentários preconceituosos e infundados, atacando os usuários e taxando-os de ignorantes, preguiçosos e o pior de tudo, burros.
Essa discussão aparece sempre quando algum assunto relativo às preferências gerais como o navegador, resolução, sistema operacional aparece. Sempre surge alguém falando que a culpa é do usuário, que não pensa e por isso usa sempre a pior opção.
Para mim, essa é uma das coisas mais terríveis que se possa dizer, o usuário, querendo ou não, é quem “paga” as suas contas, sem eles estaríamos trabalhando para quem ? outros desenvolvedores ?
Li por ai, que os usuários são burros, porque usam Internet Explorer, sendo que existem outras opções melhores. Bem as opções existem com certeza, e o IE está, atualmente, bem para trás em varias questões, porém, muita gente usa a Internet como uma ferramenta basicamente de consulta, não tem nenhum motivo para vasculhar e para ficar horas comparando uma ou outra ferramenta, acabam usando a ferramenta mais acessível.
Um exemplo bem prático que eu tenho disso é que em todos os clientes que eu recomendei e instalei o Firefox, a grande maioria continua usando e aos poucos vão descobrindo as facilidades e diferenças do navegador, infelizmente, algumas empresas insistem em fazer sites incompatíveis, o que dificulta um pouco a liberdade de escolha da pessoa.
Eu, ao ler esses comentários maldosos, me lembro de quando os videocassetes começaram a surgir com a opção de programar a gravação. Lembro que era algo chatinho de fazer (principalmente a primeira vez, e ler o tal do manual era uma coisa impensável), mas não era algo impossível e muita gente usa esse recurso. Lembro também de quando surgiram os microondas, cheio de botões, presets, timers, apitos e controles, mais uma vez uma meia dúzia torceu o nariz dizendo que era muita coisa para o pobre do “usuário-acefalo”, a experiência mostrou que esse eletrodoméstico é um dos mais populares hoje em dia, sendo rara a casa que não possui um.
Poderia dar milhões de exemplos como aparelhos de som, televisões e etc, porém, não é essa a discussão, a grande conclusão é: sim o usuário pensa!
O grande problema é pensar na acessibilidade dos websites e aplicativos que rodam por ai, é pensar no publico como uma grande massa de seres únicos e cada um buscando uma necessidade diferente, muitos deles exigindo um nível de atenção maior.
Eu gosto de pensar não se seu site funciona para um navegador especifico, mas para uma série de situações que podem não ser as dominantes, mas que existem e devem ser observadas.
Como estamos acompanhando o desenvolvimento de novas tecnologias, somos nós que temos que recomendar as opções para os clientes, mas nunca podemos travar alguma coisa a isso. Chegar para um cliente e falar que a aplicação dele não vai funcionar é uma gafe tremenda, e salvo raríssimos casos, nunca deve ser dito.
Fico imaginando a 10 anos atrás, onde mal tínhamos celulares, e hoje em dia é raro encontrar alguém que não saiba usar pelo menos as funções de agenda e envio de mensagem.
Que tal pensar no usuário como um ser pensante, cheio de desejos e necessidades. Quanto mais você fizer por ele, mais ele ficará satisfeito e melhor você irá atendê-lo, afinal é esse o propósito.